sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

sexta-feira, 8 de julho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Programação Festival Rio das Ostras Jazz e Blues 2011



Rumo ao tetracampeonato!

DIA 22 de junho Quarta
PCA SÃO PEDRO 17h
- Expresso Santiago
COSTAZUL 20h:
- Orquestra Kuarup
- Orleans Street Jazz Band
- Plataforma C
- Igor Prado Blues Band -

DIA 23 de junho Quinta
PCA SÃO PEDRO 11h30
- Maracá
IRIRY 14h15
- Nuno Mindelis
TARTARUGA 17h15
- Jose James
COSTAZUL 20h
- Ricardo Silveira
- The Saskia Laroo Band
- Azymuth e Léo Gandelman
- Bryan Lee

DIA 24 de junho Sexta
PCA SÃO PEDRO 11h30
- Blues Groovers & Cristiano Crochemore
IRIRY 14h15
- Tommy Castro Band -
TARTARUGA 17h15
- Nicholas Payton Sexxxtet
COSTAZUL 20h
- Jose James
- Jane Monheit
- Yellowjackets
- Nuno Mindelis

DIA 25 de junho Sábado
PCA SÃO PEDRO 11h30
- Rodrigo Nézio & Duocondé
IRIRY 14h15
- The Saskia Laroo Band
TARTARUGA 17h15
- Yellowjackets
COSTAZUL 20h
- ROBERTO FONSECA Live in Marciac
- Nicholas Payton Sexxxtet
- Medeski, Martin & Wood c/ Bill Evans
- Tommy Castro Band

DIA 26 de junho Domingo
PCA SÃO PEDRO 11h30
- Thiago Ferté Quarteto
IRIRY 14h15
- Bryan Lee
TARTARUGA 17h15
- Medeski, Martin & Wood c/ Bill Evans

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bourbon Festival Paraty 2010

Bourbon Festival Paraty Muito Jazz de 28 a 30/05 Na sua primeira edição em 2009 o Festival agitou Paraty e teve sucesso de público em três noites incríveis. Em 2010 se repete a dose, com Jazz tradicional e moderno, Blues, R&B, Soul, Swing e mais... O melhor de New Orleans será representado por 11 atrações nacionais e internacionais com participações especiais em três noites de shows abertos e gratuitos em um palco montado para o evento, o Palco da Matriz.

O festival, promovido pelo Bourbon Street Music Club com apoio da Prefeitura de Paraty, será uma amostra das atrações que se apresentam no clube paulistano, considerado o templo do jazz e do blues de São Paulo e conhecido por ter trazido a seu palco nomes como BB King, Ray Charles e Nina Simone, só para citar alguns.

A festa começa nas ruas do Centro Histórico com a Dixie Square Jazz Band, uma animada Street Band que anunciará os shows imperdíveis das noites de sexta, sábado e domingo.



PROGRAMAÇÃO:

SEXTA 28/05/2010

21h30 - LEO GANDELMAN - participação Especial: Diogo Poças
"Um dos mais populares instrumentistas brasileiros". É o título que o saxofonista, arranjador, compositor e produtor Leo Gandelman sustenta com toda propriedade em suas apresentações.

23h00 - GLEN DAVID ANDREWS
Grande cantor, recria um som que une a música tradicional de New Orleans e um som mais jovem e atual. O músico de raro entusiasmo e energia faz com que todo seu show seja enérgico, especial e excitante.

00h00 - BIG TIME ORCHESTRA
A primeira banda brasileira de Neoswing mostra músicas autorais e releituras de clássicos do rock e soul em uma apresentação imperdível.

All night long - DJ BEBETO + JAM


SÁBADO 29/05/2010

21h00 - CAVIARS BLUES BAND - Participações de Paulo Meyer, Chui e Donny Nichilo.
Uma banda de Blues que traz deliciosas surpresas no repertório! Os músicos apresentam releituras dos grandes clássicos do blues executadas com competência e emoção.

22h30 - STANLEY JORDAN E ARMANDINHO
A prova de que a virtuose e o feeling podem estar juntos! Grande encontro entre o lendário guitarrista Stanley Jordan com participação especial de Armandinho, pai da guitarra baiana.

00h00 - VICTOR BROOKS com Julie Mcknight e Wayne Vaughn
A cantora americana Julie Mcknight, o tecladista Wayne Vaughn e o cantor Victor Brooks farão juntos uma deliciosa mistura de ritmos que divide um show entre músicas próprias e sucessos de gênios da soul music americana.

All night long - DJ BEBETO + JAM


DOMINGO - 30/05/2010

20h30 - RHANDAL & TRIO
Bossa-Nova, Chorinho, Sambalanço, Baião e Xote. Clássicos destes estilos serão interpretados com muita energia por Randhal e seu trio, anfitriões locais do festival.

22h00 - BOCATO - Participação de Flávia Fonseca
Uma dos maiores trombonistas do Brasil mostra todo seu talento e carisma. Talento este que fez com que gravasse com Elis Regina e tocasse com Rita Lee, Ney Matogrosso e Roberto Carlos. Músico formado em composição e regência faz um espetáculo de sua tão bem executada virtuose.

23h00 - JOHN PIZZARELLI
Uma saborosa receita musical: John combina sua guitarra tipicamente jazzística com um repertório recheado de pérolas de gigantes da canção norte-americana. O músico também preenche o repertório com sucessos dos Beatles.


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DJ BEBETO
DJ de carreira internacional, tendo tocado seis anos na Inglaterra, DJ Bebeto é também uma figura bastante conhecida em Paraty e anima a sexta e o sábado do festival com Jazz, Bossa, Sambalanço, Lounge Grooving e outros beats.

PERFORMANCES
Todos os dias, ao longo do dia!
O Bourbon Fest Paraty recria os "Buskers", shows com artistas de rua que tradicionalmente tocam em grandes capitais com NY e Londres. Além disso, haverá a Dixie Square Jazz Band que percorrerá as ruas históricas e, junto com os Buskers, aquecerá o público para as noites do festival.

(Fonte: http://www.paraty.com.br/noticiasparaty.asp?id=1703 )

Programação Festival Rio das Ostras Jazz & Blues 2010

Saiu a Programação do Festival Rio das Ostras Jazz & Blues deste ano. As atrações prometem.
Maiores informações no site oficial do evento: http://www.riodasostrasjazzeblues.com/joomla/index.php

sábado, 13 de março de 2010

Torquato Pereira de Araújo Neto (Torquato Neto) nasceu em Teresina, no dia 09.11.1944, e faleceu no Rio de Janeiro, em 10.11.1972. Poeta, jornalista, cineasta, roteirista, ator e produtor cultural, um dos melhores letristas do Movimento Tropicália, o principal articulador teórico das propostas dialéticas deste movimento cultural. Fez jornalismo alternativo e participativo. Fez crítica de cinema, questionando o comprometimento político do Cinema Novo e incentivando o insurgente Cinema Experimental. Foi ator de cinema em filmes produzidos e dirigidos por integrantes da novíssima geração de cineastas brasileiros, nos primeiros anos da década de setenta. Foi ator e diretor de filmes brasileiros rodados em Super8. Escreveu roteiros de shows musicais, participou de performances e produziu espetáculos multimídia. Um cidadão brasileiro consciente da grandeza cultural do Brasil e uma referência significativa na história da cultura brasileira no período compreendido em 1968 a 1972.

A poesia é mães das artes
& das manhas em geral: alô poetas
poesia no país do carnaval.

Alô Geral!(Felipe Rodarte/Marcio Menezes/João Pedro Lima/Torquato Neto):



Torquato Neto: o Nosferatu do Asfalto

Falar de Torquato é como se despir de nossas roupas apertadas, de nossas gravatas, jogar fora nossas cascas academicistas, com cheiro de mofo de escritório, e com os pés descalços, pisar solto pelo asfalto quente, sangrante, das ruas. Torquato, nosferatu tropical, faroesteiro da cidade verde, com suas mãos grandes de poeta que parecem querer estrangular o mundo, nos espreita nas esquinas que nunca se encontram, querendo desafinar nosso coro de contentes, nossa boca cheia de dentes, que esperam a novela na hora do jantar.

É respirar um Brasil devorador de restos de culturas, do sacrifício urbano, o de abismos e concretos. O Brasil o qual jogamos na fogueira, dançando ao redor ao som de guitarras como se fossem flautas tupis. O horizonte tropicalista de retomada da antropofagia oswaldiana, o desprendimento pé na estrada beat, de pegar o mundo pronto e não gostar dele. “Vir ou Ver?”. O poeta menino de alma regada à cajuína, de olhar tristeresina, já sabia os convidados para este circo armado na geléia geral dos anos velados.

Em seu roteiro escrito com Capinam para programa de tv “Vida Paixão e Banana no Tropicalismo – 1967-1968” já enumerava o banquete farto de bananas pra sociedade do falso milagre daqueles anos:“Academia Brasileira de Letras, Misses com faixas, (...) Colégios de Aplicação, torcidas uniformizadas (...), deputados e senadores, Ibraim Sued, Nelson Rodrigues, travestis, turistas americanos, circo...”. Capitaneados pelo Velho Guerreiro, a balbúrdia da utopia carnavalesca já caricaturizava o Brasil de cacos de um quebra-cabeça com peças faltando, e sem a imagem que se forma completa, talvez o que justamente caracterize esse país multifacetado.

E no livro “Os Últimos Dias de Paupéria”, podemos perceber o quanto multifacetada é a obra do poeta, que se insere no conjunto daqueles que ouvem as vozes de Ducasse sussurradas no ouvido. Os poetas-escorpiões, que se jogam e passam por este mundo não temendo os descaminhos, da entrega sem rédeas, os poetas do risco, do trapacear da vida e da morte, do brindar-se com os próprios venenos. Era da raça dos que são "a faca e a ferida". Mas o que diferencia Torquato é querer a superação de tudo que é estanque, das pedras com limo que não rolam, captado por sua visão nordestina, ferida, de tupiniquim cidadão planetário, inadaptado à condição rasteira dos homens contínuos de si mesmos.

Antenado como uma parabólica ao mundo, jornalista de uma geração que escrever sobre arte era como fazer arte, fisgava tudo no ar, tudo que estava sendo feito, tudo que estava sendo lançado. Em sua coluna “Geléia Geral”, no jornal Última Hora, além de expor sua prática poética, muitas vezes em forma de verdadeiros manifestos, comentava suplementos literários e fazia sua crítica bem peculiar de música e cinema – principalmente experimentais –, como parte de uma geração que despontava respirando a contra-cultura que parecia tomar conta de todo o planeta.

Ligue o rádio, ponha discos, veja a paisagem, sinta o drama: você pode chamar isso tudo como bem quiser. Há muitos nomes à disposição de quem queira dar nomes ao fogo, no meio do redemoinho, entre os becos da tristíssima cidade, nos sons de um apartamento apertado no meio de apartamentos.
Você pode sofrer, mas não pode deixar de prestar atenção. Enquanto eu estiver atento, nada me acontecerá. Enquanto batiza a fogueira – tempo de espera? Pode ser – o mundo de sempre gira e o fogo rende. O pior de tudo é esperar apenas. O lado de fora é frio. O lado de fora é fogo, igual ao lado de dentro(...).


Em uma mesma coluna, ficamos sabemos dos festivais e shows da época, os discos que estavam sendo lançados, quem participava, quem tocava com quem, os grupos que despontavam, seu fascínio pela arte experimental, simplesmente poesias, o “faça você mesmo”, desabafos, denúncias, notícias de fora, insights sobre cinema Super8, seus projetos para a “Navilouca” – o grande sonho de sua vida que teve uma primeira edição única e que ele não chegou a ver publicada. Ler os textos que escrevia em sua coluna, claro na linguagem para o que acontecia e consciente das mudanças que ocorriam em seu tempo, é fazer um retrato cultural do fim dos 60 e início dos 70.
Desde a letra de Geléia Geral, quando nesta são enumeradas as "relíquias do Brasil" até no estilo de texto jornalístico singular inventado por Torquato Neto, tudo na sua produção pode ser entendido como resultante de procedimentos que exploram a montagem em suas possibilidades estéticas.

Seus textos nos estimulam a uma forma não-conformista de se pensar a arte e a vida e a de não separá-las, num prisma poético amplo de possibilidades: desinocentar nossa visão medíocre cotidiana em meio à repressão, sobretudo, a visão sobre nós mesmos. Mas Torquato – com seu olhar soturno e atormentado de visionário –, também já profetizava o fim do sonho, contemporâneo à morte bela de grandes heróis como Hendrix, Morrison, Joplin, Brian Jones; a sociedade de consumo esvaziando a sensibilidade das artes; o homem se transformando em coisa, mercadoria.

Em uma carta a Helio Oiticica, na época de sua internação no Engenho de Dentro, escreve sobre um encontro com Hendrix, fumando juntos haxixe ao som do álbum branco dos Beatles, e vê a morte estampada em seu rosto. Já no final de sua intensa e curta vida, demonstrava em seus escritos no hospício cada vez mais seu lado sombrio, já descrente de tudo e todos, os esforços em vão, seu afastamento dos outros tropicalistas. Espécie de Artaud incansável pelo poder catártico da palavra.

A poesia se faz presente em todo ato da palavra, que precisa ser subvertida, desenquadrada de suas idéias cristalizadas. Torquato sabia da necessidade de colocar a poesia na prática, nas ruas, no cotidiano da miséria, disfarçada, que desde aqueles anos já mostravam o assassinato das utopias, das corrupções políticas e culturais, da mesmice do apadrinhamento cultural. Já havia pescado muito antes o espírito do sentido multimídia de artista, livre para romper os limites das possibilidades expressivas, explodir as convenções dos cânones e escolas.

O êxtase dionisíaco proporcionado pelo impacto da palavra em Torquato parece querer atingir um status purificador que segue a linha de Artaud, dos poetas que a extrapolavam e a expandiam através de outros códigos, da musica, do cinema, das artes plásticas. Dos poetas que sabiam que vivíamos e morríamos, mas que a morte não põe fim à arte, não a continha em si. Precisa ser canalizada por diversos canais, desejo de esgotá-la em suas possibilidades múltiplas: a imagem drummondiana do anjo torto e, por derivação direta, a eleição do marginal como herói.

A literatura, o labirinto perquiridor da linguagem escrita, o contra-tempo, a literatura é a irmã siamesa do indivíduo. A idade de massas, evidentemente não comporta mais a literatura como uma coisa viva e por isso em nossos dias ela estrebucha e vai morrer (...) o homem moderno não existe como indivíduo, mas como tipo – esses tipos não são tantos quanto todos nós (...). O cenário é agora o único personagem vivo.


Inclusive seu flerte com poesia concreta e sua amizade com a trindade concretista, parece não se limitar simplesmente à forma da palavra, parece querer explorar outros planos, ao contrário do aprisionamento da emoção que aquela tendência impunha ao cenário da poesia. Em cenas do seu curta-metragem “O terror da Vermelha” – rodado em 1972 quando voltou para Teresina a fim de internar para uma desintoxicação –, como na hora em que brinca com a palavra Teresina estampada num ônibus de sua cidade-natal, o poeta focaliza primeiramente “sina” e depois “resina” de “Teresina”, mostrando justamente sua própria sina de poeta à margem, indicando seu destino de vampiro errante, estrangulando a inocência nas ruas agrestes, ao som alucinante de Frank Zappa com imagens da casa do quintal de sua mãe com lençóis pendurados como estandartes. O recurso das palavras-cenário vai ser recorrente em outros momentos de “O terror da Vermelha”.

Possibilidades da arte que comumente passam desapercebidas no olhar hollydiano do cinema industrial, que não deseja o desregramento do sentidos, pela sensibilidade, e sim pela imposição da linguagem de fácil digestão.

Antes de se matar, Torquato descrente de um mundo que se mostrava pequeno demais para a totalidade de sua visão e sua sede, atormentado pelo céu e inferno interior que nos habitam, já antevisionava o marasmo impregnado na juventude daqueles anos de chumbo, o desbunde instalado, a castração, o exílio. A cura pelo veneno, a bebida. A incompreensão e o abandono dos amigos.

Debaixo da tempestade
sou feiticeiro de nascença
atrás desta reticência
tenho o meu corpo cruzado
a morte não é vingança


Na madrugada do dia dez de novembro de 1972, há exatamente 33 anos, Torquato Neto suicidou-se abrindo o gás do banheiro de seu apartamento na Tijuca. Torquato deixou um bilhete, escrito em três folhas de caderno espiral, dedicando o último pensamento a seu filho Thiago, de dois anos: "Vocês aí, peço não sacudirem demais o Thiago. Ele pode acordar".

Um suicidado da sociedade? Ou será que foi apenas por si mesmo, em conseqüência de sua própria loucura, que Torquato abandonou a vida? O limite entre vida e obra é apagado de uma maneira definitiva através do gesto de uma recusa fatal. Gesto que num golpe faz da obra de Torquato Neto uma potência que passa ao ato no mesmo momento em que coloca um fim em toda e qualquer ação. A imagem paradoxal do vampiro urbano, em plena luz do dia, sob os escombros do próprio espelho de seu mito.

(João Pedro Lima, novembro de 2005)

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